sábado, 16 de abril de 2011

Pequeno Apontamento

Foi hoje altamente anunciado, como se de um feito heroicamente alcançado se tratasse, a finalização das obras de um troço de 20 Km da Cril e a sua consequente abertura aos automóveis, troço que está a ser construído há 20 anos.

Desenganem-se: de heróico nada há!

Uma estrada no Japão, destruída com a terrível intempérie, foi completamente recuperada num período de……6 dias!

Antes de promoverem estas notícias de suposto enaltecimento português, devia-se pensar duas vezes: como eu disse, de heróico não tem nada, já de vergonhoso…

E fica a imagen do feito heróico e digno de ser enaltecido daquilo que se sucedeu no Japão...


João Empis

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Fernado Nobre: o cata-vento

É nos momentos de maior crise, de maior pressão e de transformação que se pode avaliar a fortaleza de carácter das pessoas.
Nos tempos que correm, face a uma crise política e social que está a ser presenciada pelos portugueses, é necessária a existência de líderes que através dos seus actos transmitam a confiança fundamental para que o povo acredite no contorno das dificuldades.
Foi com grande surpresa que soube que Fernando Nobre, presidente da AMI, antigo mandatário do Bloco de Esquerda para as eleições europeias de 2009 e posteriormente candidato independente nas eleições presidenciais de 2011, tinha aceitado assumir-se como o cabeça-de-lista de Lisboa pelo PSD, sendo também proposto ao cargo de Presidente da Assembleia da República.

Recorrendo a memórias que remontam o ano de 2009, Fernando Nobre, no seu discurso de apoio ao partido da esquerda radical (BE) dizia e cito, “as ideias que defende o Bloco de Esquerda são as ideais que eu tenho defendido nos meus livros, nos meus editoriais, nas minhas conferências, nos meus protestos e nos meus gritos e por isso aceitei dar a cara para o Parlamento Europeu em nome do Bloco de Esquerda.”.

Diga-se que BE e PSD são um bocado diferentes naquilo que constitui as suas ideias, não?

Mais recentemente, numa entrevista à SIC Notícias, dizia que “nunca aceitarei nenhum cargo partidário nem governativo (…) e nunca voltarei atrás…”

Será que não, Fernando? O PSD não é um partido? E quanto ao cargo de Presidente da Assembleia da República?

Tendo em conta estas duas citações, não consigo nem quero perceber o que levou a uma mudança tão radical no que toca à postura de Fernando Nobre face à vida política, partidária e governativa.

Uma coisa é certa, Nobre vai constituir mais um peão do PSD para alcançar o seu objectivo desesperado de angariar o maior número de votos nestas eleições. Para o PSD, Nobre não é um fim em si mesmo, mas sim um meio para atingir um fim.
Em todo o caso, esta amostra de estratégia eleitoral pode ter o efeito contraditório para Passos Coelho, visto que os apoiantes de Nobre não estão a ver com agrado esta mudança de postura.

Contudo, uma pessoa que se dizia tão conhecedora da realidade política do país e dos interesses partidários nacionais, comportou-se de uma maneira um pouco contraditória ao aceitar a proposta tão calculista do PSD.

É nestas alturas que pergunto: onde é que está a suposta fortaleza de carácter que Fernando Nobre dizia ter, onde é que está a sua determinação e firmeza nas decisões tomadas?

Afinal de contas, parece que o carácter de Nobre não faz o devido jus ao nome….

E fico-me por aqui!

João Empis

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Apresentação do "Agere, Non Loqui"

Uma sociedade em que todos criticam, um povo que tanto fala mas tão pouco age. Uma crise financeira, uma crise de valores. Perda de soberania monetária (quem sabe FMI?), rumores de uma queda do governo. A maturação da “geração rasca”, o crescimento da juventude “fast food”.Eis o contexto social, político e económico em que este blog foi criado. Minhas senhoras e meus senhores, apresento-vos o Agere, Non Loqui.
O nome deste blog parece por si só um contra-senso: “Agir, não falar”. Mas estando nós numa época de contradições e sendo esse um dos temas do nosso blog, achámos do mais oportuno a atribuição deste mesmo nome. Quando temos um primeiro-ministro que diz que crescemos a olhos visto e poderemos vir a ser uma maior potência, será que alguém se importará com “um bando de putos com a mania que são alguém” (Idoso do Jardim da Parada dixit)? Sinceramente, não me parece.
Além do mais, na nossa sociedade, parece que associar os conceitos de “juventude” e “sabedoria” numa só frase de sentido afirmativo se tornou impossível (e para muitos um dos maiores contra-sensos do mundo actual). Queremos provar que, efectivamente, ainda existem alguns (talvez mais do que aqueles que pensem) que, apesar de irreverentes e por vezes pouco modestos, se sentem capacitados para expressar uma opinião concisa e sábia acerca de problemas que abalam o mundo. Jovens que se sentem saturados com o habitual “Esta juventude de hoje em dia...” que idosos suspiram enquanto fazem o seu típico trajecto no 74 de volta para Campo de Ourique.
Este websítio (palavra pela qual nutro grande admiração) não será mais do que um desabafo de alguns de nós, sentimentos e emoções acerca do “sistema” em geral. Arrisco-me até a dizer que, mais do que uma inutilidade, este blog tem um propósito bem definido: encontrar a resposta para a eterna pergunta (normalmente proferida em jeito de afirmação) dos portugueses: será a culpa do “sistema” (expressão há muito utilizada que apenas nós, o predestinado povo lusitano, parece conhecer o sentido... ou talvez nem nós)?
Por último, gostaria de pedir desculpa por quaisquer susceptibilidades que possamos vir a ferir. Caros leitores, este blog não terá um rótulo de imparcialidade, nem pouco mais ou menos: será um espaço onde jovens de direita e de esquerda, liberais e conservadores, giros e feios (ok, todos feios, mas enquanto isto for apenas um blog, ninguém tem de ver a nossa cara...) expressarão a sua OPINIÃO. Não sei se detemos efectivamente a verdade (até porque a verdade ainda é um conceito abstracto, até para os mais Sábios filósofos), mas se de facto a encontrarmos, poderemos vir a magoar alguns. Bem, e se não a encontrarmos... provavelmente o número de pessoas que se sentirão ofendidas será ainda maior.
Gostaria também de deixar um pedido a todos os que nos lêem: que comentem os posts! Porque, não sendo perfeitos (mas talvez perto disso), os autores do texto poderão errar (poucas) por vezes. O contributo de todos será bem-vindo, seja ele de sobre política, economia, sociologia, direito, o que seja! Até porque, como já referi anteriormente, este é um blog de indignação juvenil, seja ela porque o preço das cerveja subiu ou por causa da etimologia da palavra “vindimas” (desculpa o plágio Ricardo Araújo Pereira)
Devaneios à parte, não sei se a premissa base que Descartes tomou para o “Cogito, ergo sum” é assim tão certa, isto é, não sei até que ponto é que o Homem pensa assim tanto e de uma forma tão racional (e mais concretamente os nossos blogers). A única coisa que tenho a certeza é que isso caberá ao leitor avaliar.
Obrigado, e até ao próximo e primeiro post,
Diogo Cunha